domingo, 26 de agosto de 2007

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No MSN

Leandro – diz: “Tudo bem com vc?”

Oscar – diz: “Td”

Leandro – “Pootz, achei que ontem seria legal.”

Oscar – diz: “Desculpa. Foi mal. Tente entender meu lado.”

Leandro – diz: “Entendo. Mas era só a gente aqui no apê, tinha tudo para rolar. Era só desencanar.”

Depois de uns cinco minutos.

Oscar – diz: “Desculpa. Minha mãe apareceu aqui no meu quarto.”

Leandro – diz: “Sussi.”

Oscar – diz: “Ah, cara, sei lá, vc sabe, nunca fiz isso...”

Leandro – diz: “É, mas lá na boate vc me pareceu a fim.”

Oscar – diz: “E estava mesmo. Mas na hora pintou uns grilos. Foi mal.”

Leandro – diz: “Achei que vc ia curtir que eu te chupasse...”

Oscar – diz: “Também pensei que ia curtir. Mas na hora ficou muito estranho... Não deu, cara.”

Leandro – diz: “E eu que estava achando que ia dar bem gostoso para vc.”

Oscar – diz: “Ah, cara, sei lá. Acho estranho esse papo. Até podemos ser amigos, mas não força a barra. Sinto muito, mas não vai rolar.”

Leandro – diz: “Está bem. Vc que sabe. Posso te add no Orkut?”

Silêncio. Uns dez minutos sem a resposta de Oscar.

Oscar – diz: “Cara, sabe o que é: no meu Orkut só tem minas e os “brother” lá da academia. Vai ficar estranho...”

Leandro – diz: “Tudo bem, entendi, cara. Esquece. Não vou te add no Orkut. Quer saber de uma coisa, se quiser pode me bloquear e excluir aqui no MSN.”

Oscar – diz: “Não. Já disse, podemos ser amigos.”

Leandro – diz: “Tenho que sair, depois a gnt tc.”

O status de Leandro aparece off.

Oscar lembra da noite anterior. Saíram da boate e foram para o apartamento de Leandro. Já no carro Leandro começou ferver. Queria abrir sua calça. Quis dar um beijo. Forçou a barra. Oscar dirigindo foi cortando com certo espírito esportivo e sem magoar. No apartamento, um pequeno apartamento de um quarto muito bagunçado, Leandro queria fazer Oscar tomar uma latinha de cerveja para ficar mais relaxado. Oscar não aceitou. Leandro colocou-o sentado num sofá e deixou apenas a luz de uma luminária que estava direcionada diretamente para ele. Sentou-se no chão entre as pernas e abriu o jeans. Começou dando beijos no volume do pau ainda dentro da cueca e leves modinhas. Olhava para Oscar e fazia uma cara de puta muito safada, exatamente igual de tantas que Oscar já viu em filmes pornô. Por fim tirou o pau de dentro da cueca em estado de semi-ereção e começou passando a língua em toda sua extensão. Parecia lamber um doce. Lambeu o saco também. Sempre com os olhos voltados para os olhos de Oscar. Isso causou em Oscar certa repugnância e então a ereção já era. Levantou-se e deixou Leandro no chão. Fechou a calça e disse que tinha que ir embora. Sem dar maior explicação, foi embora. Oscar ainda olha para janela do MSN. Sobre a mesa ao lado do computador um guardanapo, da mesa do bar da boate com um nome, um número de celular e o endereço eletrônico de um email/msn, são de Leandro, anotados antes de sair da boate para o apartamento. Quando add Leandro, minutos antes, tinha a intenção apenas dizer que sentia muito pelo que aconteceu e por um ponto final naquele erro. Mas depois de dizer exatamente isso, que foi um erro, não tinha mais tanta certeza assim se quer por um ponto final. Oscar pega o celular que também está sobre a mesa, digita com certa pausa os oito dígitos do número do celular de Leandro e espera chamar, uma, duas, três vezes... Até que é atendido, reconhece a voz de Leandro:

“Alô.”